como vários mash-ups de cartoons feitos por fãs têm mostrado. Mas como
isso irá afetar a vazão criativa das duas gigantes do entretenimento?
"Fomos instruídos a fazer de Bambi um membro dos X-Men.", piada do
Britânico Warren Ellis em seu Twitter dois dias atrás, quando surgiu a
notícia que a Disney intencionava comprar a Marvel Comics por
surpreendentes US$4 Bilhões. "Agora podemos oficialmente ter o
Justiceiro apontando sua arma para todo o elenco de Hannah Montana.",
adicionou sua contrapartida americana Jason Aaron logo após. Enquanto
isso, o blog Super Punch estava coletando "Disney/Marvel" mash-ups dos
quais mostravam Mickey Mouse infectado pelo Simbionte Venom e Pato
Donald com as garras de Wolverine.
As possibilidades cômicas dessa união são claramente sem fim, e quanto
às possibilidades criativas? O que quase todos parecem concordar é que
a Disney não ira gastar toda a grana se aprofundando na venda de
quadrinhos, um negócio do qual vivencia uma queda na propaganda igual
tudo mais que é impresso que respondeu esse ano com um potencial
suicídio de 33% no aumento dos preços das publicações. Em vez disso, a
Disney quer a propriedade intelectual: 70 anos de estórias e a
apresentação de mais de 5000 personagens, muitos deles – incluindo
Homem – Aranha e Capitão América estabeleceram ícones culturais, e
proliferação de brinquedos, cartoons, parques temáticos, e acima de
tudo, filmes. (Das 25 maiores receitas de filmes de todos os tempos,
quatro são de recentes adaptações da Marvel.) Aliás, bem no dia do
anuncio da Marvel/Disney, foi revelado que uma reforma completa na
série O Quarteto Fantástico está sendo trabalhada.
Exceto, que seja feito pela Fox, que ainda possui os direitos. Isso é
o grande empecilho para toda a animação: a venda da Marvel não ira
afetar nenhum detalhe existente, o que significa que, para o momento,
Disney permanece bloqueada de capitalizar muitos dos nomes mais
proeminentes da Marvel (e vários outros obscuros também). Marvel já
tem desenvolvido internamente projetos baseados em torno do Black
Panther, Cable, Doctor Strange, Iron Fist, Nighthawk and Vision, dos
quais agora podem passar para a Disney. Filmes sobre Doctor Strange e
Iron Fist podem ser grandiosos: ambos são personagens estimulantes e
bem desenvolvidos com estórias de suporte e elenco. Mas o fato de a
Marvel ter colocado o personagem Nightawk de férias, do qual nenhum
dos não-leitores de quadrinhos tinha ouvido falar e não tinha nem
mesmo aparecido em nenhuma publicação neste ano, mostra como é pequeno
o que sobrou para a Disney.
Ainda assim, com o passar dos anos, muitos direitos presumivelmente
irão começar a reverter, e Marvel/Disney irão finalmente conseguir ter
de volta sua elite como o Quarteto Fantástico. A esse respeito, a
mudança somente pode ser uma coisa boa: com a exceção do magnífico
Homem de Ferro, as adaptações da Marvel têm sido sempre
decepcionantes, elas na verdade estão ficando constantemente piores.
Não há garantias de que a Disney fará um melhor trabalho que a Fox ou
a Paramount, mas é encorajador ouvir que os executivos do setor de
criatividade já estão se encontrando com John Lasseter da Pixar.
Imagine um filme como um personagem carismático, inteligente e
inventivo como em Os incríveis, mas cheio de personagens dos quais já
conhecemos e amamos. Mas cuidado, porque eles ainda podem recrutar o
Bambi para os X-men.
Via: The Guardian World News
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